Aconteceu na ultima semana (15 a 19/02) a I Mostra: "Art-Ideologia", organizada pelos alunos dos cursos técnicos integrados, sob a curadoria do Professor Mauricio Marcelino de Lima. "Agradeço a participação dos alunos, servidores técnicos, funcionários, comunidades e do corpo docente em geral, que prestigiaram a I Mostra de Art-Ideologia" Finalizou o professor.
A arte é um processo constante de diálogo entre o formal, o concreto e o imaginário, suscita indagações e desperta explicações multifacetadas de opiniões, críticas e visões de um ou mais mundos, da sociedades e de momentos históricos.
A forma como a produção artística se constitui na Arte Contemporânea permite maior envergadura criativa, onde o produto final, a obra, pode estar implícita em um objeto não artístico e, além disso, pode estar desvinculada do concreto/palpável, utilizando-o apenas como recurso inicial, ou seja, como um suporte, na tentativa de despertar novas visões, sensações e múltiplas reflexões de mundo, permitindo que as experiências e a realidade de seus observadores possam determinar o significado final da composição.
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A presente exposição, "une" a Arte Antiga, a partir dos Mosaicos Bizantinos e a Arte Contemporânea a partir de Instalações, com a intenção de promover reflexões e questionamentos. Dessa forma, este evento tenta narrar como há dualidades no tratamento da arte ao longo dos séculos, partindo do estilo bizantino, quando a função da arte era catequizar, "instruir", de modo tendencioso, visualmente falando, utilizando-se de recursos ópticos, ligados as sensações promovidas pelas cores e o tratamento das formas, que simbolizavam a riqueza e a supremacia daqueles que detinham o poder, como a igreja e a figura do rei, e a intenção reflexiva e dinâmica da produção contemporânea. Existe assim uma contraposição na ideia da arte como produção ligada a funções e características imutáveis. A partir dessa problemática, tivemos a ideia de integrar num mesmo evento e ambiente instalações artísticas de cunho contemporâneo, ligadas a temáticas diversas, como a política, o meio ambiente e a tecnologia, promovendo uma experiência estética diferenciada, através de embates e/ou debates, desobrigando o artista e o expectador a estarem ligados a parâmetros inflexíveis, onde não é possível interagir ativamente e decisivamente com a obra artística, contrariando a ideia de arte como instrumento de disseminação da fé, como no período bizantino. Há ai uma divergência de pensamento e de tratamento da produção pictórica. Os conceitos ligados a divindade, que tudo determinava, não permitindo que a produção artística pudesse inovar serão desmantelados na criação contemporânea, colocando-se contrária ao teocentrismo inquestionável, defendido pela igreja católica no período antigo. Adotou-se assim uma ideia mais humanista e antropológica de arte e sociedade na atualidade.
